terça-feira, 29 de março de 2011

Air Supply - Internacional e Nosso



Os icônicos artistas internacionais oitentistas do Air Supply visitaram nossa terra Cariri neste dia 28 de março de 2011. Com sua turnê com o nome do ultimo álbum gravado em 2010 (MUMBO JUMBO) e para captação de imagens para um novo DVD.



Com a apresentação dos artistas Graham Russell e Russell Hitchcock aqui em Crato, podemos observar que vale a pena investir em artistas internacionais como atração musical.



Passado duas décadas após lançamento, as perenes e românticas musicas como “All Out of Love”, “Lost In Love”, “Making Love Out of Nothing At All” e mais 14 baladas mostraram que estão fazendo fãs se apaixonarem novamente.



Com quase uma década sem lançar um álbum com trabalho inédito, o Air Supply, lançou em 2010 o álbum MUMBO JUMBO.



Avante até o Crato novamente, a massa humana presente teve a incrível surpresa quando os artistas caminharam em meio a uma platéia tão emocionada. Era a estampa em cada rosto um suave sorriso ou umas lagrimas de paixão.





Incrível não é o artista ir onde o povo está, é incrível que boa parte da platéia presente não viveu a década de 80 e muito menos a de 70 e se emocionava com cada nota. Notas estas que não saiam em desacordo em momento algum. Não quero dizer que os artistas softs da época não devam participar da vida dos que nasceram no fim dos anos 80 ou inicio dos 90, mas é que a proliferação incessante de porcarias sonoras andou em ascensão nos anos 90 em nossa região, causando esquecimento aos nossos radialistas das coisas lindas do mundo.



Lembro-me bem quando foi lançada a nossa primeira FM no inicio dos anos 80, a VALE FM. Depois a Transcariris FM, hoje, Tempo FM. Lembro-me quando nas AM’s tocavam todas estas musicas do Air Supply, como também de Rod Stewart (vale salientar que eles começaram mesmo abrindo o show desse roqueiro), Tracy Chapman, Lionel Richie, Elton Jonh e muitos outros. Isto falando só dos estrangeiros.



Para os caririenses este foi um dos melhores programas para sair com a família nos últimos tempos, arrisco até dizer que foi o melhor e maior, trazendo sorte para novos casais e renovo para antigos.



O timbre do cantor Russell Hitchcock alucina e faz sonhar. Já o timbre de Graham Russell, invoca o aliado sentimento da sutileza de seu companheiro com um novo sentimento de posse da paixão. Enfim, são alma e coração da paixão humana. A riqueza da harmonia entre os músicos superou minhas expectativas, atraindo minha atenção as técnicas infiltradas na ação de cada musico.



Numa época em que o comercio do forró, sertanejo e pagode, supera as vendas em eventos populares e também as vendas de CD’s e DVD’s, o grande show do Air Supply em Crato foi mais que rica e, como antes, volto a arriscar dizer que foi o melhor dos últimos tempos em nossa região.



O Air Supply alia a simplicidade melódica com poesia romântica, temas fortes e atuais com lirismo mavioso. Não há nostalgia, há sentimentalismo radiante. Nos agrupamentos estróficos, historias reais de muitas pessoas.



Ao termino do espetáculo pude notar que algumas pessoas ainda não conheciam as composições do ultimo trabalho, mas o ecletismo das composições novas funde-se com os já conhecidos por todos.


Fernanda Paiva entre Graham Russell e Russell Hitchcock


Eu, Daniel Fidelis, entre Russell Hitchcock e Graham Russell

Carpe Diem

DANIEL FIDELIS (Fotos e Texto), FERNANDA PAIVA (Fotos e minha esposa) http://oluminar.blospot.com

domingo, 27 de março de 2011

167 ANOS DO PADRE CICERO - 24/03/2011

Todos dizem que "uma imagem vale mais que mil palavras", então hoje não escreverei.








































Carpe Diem.

segunda-feira, 21 de março de 2011

II GALOPE ESTRADEIRO COM ELOMAR E CAMERATA

Como falar de um show sem platitudes e obviedades? Como iniciar uma frase sobre um brasileiro, nordestino e que faz musica de verdade? Difícil.

Senti-me tão inverso ao que costumo ser, que até fiquei extasiado por quase toda a apresentação.

Indo ao principio da noite, começo com a triste verdade de não poder fotografar Elomar em nenhum momento. Entrando no Teatro Patativa do Assaré, já ouço a passagem do som. Minha mão coçava feito louco para fazer umas fotos. Lá estava ele, sentado bem na minha frente, entre a Flautista Elena Rodrigues e seu filho, o maestro João Omar. La no cantinho estava o violoncelista Marcos Roriz. Por trás do Elomar havia uma cantora lírica, convidada especial, Luciana Monteiro.


Em certo momento ficam somente os músicos e Elomar vai ao camarim. Então eu pude entrar em ação. Fiz algumas fotos dos músicos e já fui me sentindo menos baldado.

Aproveitei para dar uma voltinha pelo camarim, tentar alguma coisa... Em vão. Nada de fotos. Pedi para ao menos fazer uma foto minha com ele e o mesmo responde: "Vamos guardar somente o som, é o que importa." Eu dei uma insistida e novamente: "Não vou abrir uma exceção..." e eu já nem ouvia mais o que ele falava.

João Omar
As 20 horas em ponto as portas são abertas e o povo entra. Acomodados, todos esperam ansiosos pelo inicio. As luzes se apagam. Alguns passos são ouvidos naquele silencio... Elomar está no palco. Vestido com uma camisa, botas e chapéu pretos, calça azul. Barba longa e branca.

Marcos Roriz

Luciana Monteiro e Elena Rodrigues
O silencio imperou entre os espectadores a maior parte do tempo, mostrando o respeito e apreciação a obra de Elomar. Por varias vezes foi ovacionado. Por varias vezes arrancou risos da platéia.

Marcos Roriz
Apos a abertura, Elomar, fala sobre o projeto que assistimos e comenta sobre a falta de cultura de políticos brasileiros. Comenta da rejeição de três prefeituras pela sua apresentação. Detalhe: era grátis.

Elena Rodrigues

Elomar apresenta duas musicas sozinho, tendo a entrada de João Omar somente na terceira musica. Na quarta musica entram Elena Rodrigues (flauta) e Marcos Roriz (violoncelo).


João Omar

A solista Luciana Monteiro passa a se apresentar com os músicos, agora sem a presença de Elomar. E novamente eu entro em ação com minha câmera... rs. Na ultima música Elomar canta com todos os músicos presentes.

No retorno de Elomar ao palco a conversa é mais filosófica. Elomar canta a vida sertaneja, com suas notas, suas palavras, seu dialeto, seu suor e sonhos. Um homem que vive a musica faz-nos respirar dessa maravilhosa apresentação. Lembra músicos eruditos, filósofos e poetas históricos. Fala sobre os escritos bíblicos e recita Salomão.


Elomar cria imaginação na cabeça de todos ali presentes. As expressões das pessoas ao assistir e apos saírem do teatro é simplesmente algo que não se vê facilmente.

Elomar é peculiar e suficiente.

PROGRAMA:
ABERTURA – Elomar
MULHER IMAGINÁRIA – Elomar e Camerata
RIACHÃO DO GADO BRABO – Elomar e Camerata
LAMENTO DE VAQUEIROS – Elomar e João Omar
ARRUMAÇÃO – Elomar e Camerata
CAMPO BRANCO – Elomar e Camerata
GABRIELA – Elomar e Camerata
DONZELA TIADORA – Elomar e Camerata
O PEDIDO - Camerata e Luciana M. de Castro
SAUDADE DUÍDA - Luciana M. de Castro e Camerata
PATRA VÉA - Luciana M. de Castro e Camerata
II PIDIDO – Luciana M. de Castro e Camerata
CANTIGA DE AMIGO – Elomar e Camerata


Eu e João Omar, maestro, violão classico e filho de Elomar.


Kaika Luiz com João Omar.


Luciana Monteiro, eu e Elena Rodrigues


Eu e Marcos Roriz.


CARPE DIEM.

terça-feira, 8 de março de 2011

Carnaval - Quando os Pierrôs Sumiram?

"Quanto riso! Oh! Quanta alegria! Mais de mil palhaços no salão..."

Com essa marchinha de carnaval, recordamos tempos atrás, quando o carnaval nos fascinavam por fantasias de pierrôs, arlequins e colombina. Onde o tempo era marcado por brincadeiras e serpentinas de papel, colorindo com os confetes os salões de grandes clubes.



Houve um tempo em que os salões de festas planejavam antecipadamente seu carnaval e se abasteciam de confetes e serpentinas, mascaras enorme enfeitavam os salões. Em nossa cabeça já iniciava o som dos metais que as orquestras tocavam. Versos de marchinhas começavam a ecoar em nossas cabeças.

"Allah-lá-ô" foi sucesso nos anos 40 e ainda hoje ouvimos versões e mais versões sendo gravados todos os anos. Há quem pense que essa marchinha nasceu por ai, sem um nome. A verdade é que essa musica é de Haroldo Lobo e Gabriel Nássara. É de Haroldo também "Tristeza", "Índio Quer Apito" entre muitas outras. "O Teu Cabelo Não Nega" de Lamartine Babo foi sucesso nos anos 30.



Na verdade a década que teve uma excelente "safra" de marchinhas foi a de 30. Musicas como "Touradas em Madri", "Cidade Maravilhosa", "A Jardineira". A marchinha "Dá Nela" de Ary Barroso ganhou o primeiro lugar no concurso da Casa Edisor. Já a musica "Tai" (que na verdade o titulo é "Pra Você Gostar de Mim") é de Joubert de Carvalho e foi a musica que consagrou Carmem Miranda. "Na Pavuna" foi a primeira gravação que teve percussão.



O tempo continuou seguindo seu percurso normalmente, trazendo mais clássicos para o carnaval. As décadas seguintes deixam claro que as marchinhas seriam mais ricas em seus enredos. Elas começavam a tomar como inspiração acontecimentos do cotidiano de cada um dos brasileiros. O paradoxo fica estampado em "Ai Que Saudades da Amélia", de Mario Lago com musica de Ataufo Alves. Um samba que se tornou sucesso no carnaval da década de 40. O incrível é que Ataufo ofereceu para vários cantores e não sendo aceito por eles, gravou na Odeon junto com um conjunto que improvisou e batizou de Academia do Samba.



"índio quer Apito" fez sucesso na década de 60, junto com "Mascara Negra" (citada no inicio), "Tristeza". Nas décadas seguintes, até os anos 80 as marchinhas eram criadas e as antigas sempre tocadas. Depois vieram os anos 90 que trouxe a tona o Axé. Moraes Moreira gravou em 1979 "Assim Pintou Moçambique", mescla de frevo baiano com afoxés africano.



E aos que me perguntarem sobre o Trio Elétrico de Dodô e Osmar que foi criado na década de 50, eu vou logo respondendo: Houve a grande mudança para caminhões e carretas somente no inicio dos anos 80, e assim a animação se estendeu mais por sua majestosa iluminação, quantidade de amplificadores, movimentação pelas avenidas. o Som mais alto contribuiu muito. Essa década de 90 fez até hits funkeiros tornar sucesso como foi o caso de "Uh! Tererê".

Infelizmente o Axé e o funk tomaram mais conta do carnaval que as marchinhas. Certo que tenho que aceitar que o tempo passa, mudam as coisas, mudam as pessoas em evidencias, tem-se que criar novos estilos. Sim. Tudo pode acontecer. Mas porque eu tenho que aceitar calado algo que nem gosto?

O tempo morre a cada segundo. O futuro é sempre cada segundo que foi morto. A historia muda a todo instante. Nasce assim a saudade do meu tempo de criança, quando ainda as marchinhas imperavam nos carnavais.

Morre o tempo a cada segundo, nasce a lembrança na saudade.

Carpe Diem