quarta-feira, 17 de junho de 2009

III SÃO ROCK – O DIA EM QUE O ROCK FOI PRO BREJO

A cidade de Brejo Santo mostra que no Cariri não é só forró que tem público. Neste ultimo sábado, dia 13 de junho de 2009, cinco bandas fizeram o maior agito na AABB.

SÃO ROCK, O DIA EM QUE O ROCK FOI PRO BREJO.

Chegamos a cidade por volta das 16h00 e já vi que a noite ia ser muito agitada. Muitos integrantes de bandas já estavam tomando umas e ouvindo algumas bandas maravilhosas. Ouvi uma banda passar o som e fui ate lá ver qual. Projeto Void, banda de Fortaleza que faz covers do Rush.

Fomos ao hotel tomar um banho para voltar de vez para o grande São Rock. Voltamos as 20h30 para o local.



Para iniciar o São Rock foi chamado a banda de Juazeiro Holly Hood, que é formada por Victor Marcel, no baixo e vocal; Michel Macedo, guitarra; Ana Geórgia, teclado; Remy Oliveira, na bateria. Essa banda foi criada para trazer lembranças de quem viveu os anos 1980 e inicio dos 1990. Com clássicos do hard rock como Love Hurts (que até Ovelha cantou), Radio Ga Ga, Eye Of The Tiger (aquela mesmo do Rock Balboa) e The Final Countdown, do Europe, alem de muito mais. Uma grande surpresa foi o belíssimo vocal de Victor que pensei não combinar com a proposta da banda e ao ver em sua performance, me deixou muito curioso em saber como o cara ainda não fazia sucesso aqui na região. O cara cantou Love Hurts com uma qualidade excepcional. Não desafinou ou fez feio uma vez se quer. Difícil foi eu acreditar que era ele que cantava, mas, enfim, eu estava lá na frente dele e não estava errado. Já tinha visto a tecladista, Ana Geórgia tocar em uma banda de reggae uma vez só. Hoje, ela me fez ver que tem muito talento. Quietinha em seu canto fez sua participação valer a pena e arrancou do publico gritos e palmas quando fez a conhecidíssima intro de The Final Coutdown. Michel, que já dispensa elogios e comentários longos, fez sua apresentação singular com belíssimos solos e ainda arriscou uma vez ou outra umas mudanças na execução que não digo se foi improviso ou propositalmente modificadas em ensaios. Gostei muito como um garoto que ainda nem completou 18 anos consegue tocar com tanto gosto musicas de quase 30 anos atrás. Remy Oliveira tem uma pegada forte e sempre segura. Apostar que esse talento um dia será disputado por bandas de renome por esse Brasil a fora é ganhar com certeza. Não houve melhor escolha para o inicio dos São Rock. Fez com que o publico se animasse e já acolheu junto, ao minúsculo palco, aquela multidão. A banda Holly Hood tentou encerrar a apresentação por duas vezes e tiveram que voltar e tocar o que não tinha no repertório como Smoke On The Water, do Deep Purple. Deu pra ver que eles estão em uma sintonia maravilhosa e que também estão muitos satisfeitos.



“Vamos de rock brasileiro?”. Assim o Paulo Henrique começou o show do Dona Chicá, banda Berjosantense, e já foi mostrando o Clitóris, do Titãns, mas logo logo eles estavam com varias musicas estrangeiras no repertório. A banda não tinha um estilo definido, mas mostrou muito entrosamento entre os músicos. O baterista Daniel entregou aos colegas uma de suas composições intitulada “Todos Os Anos De Sua Vida” e fizeram sucesso quando foi tocada. A outra musica de autoria da banda foi “Tudo” que também parecia já ser conhecida do publico presente. Um grande destaque, para mim, foi o guitarrista Ciderly que tocou maravilhosamente bem, apesar das paradas obrigatórias por problemas técnicos com a guitarra, cabo e caixa. A banda é formada por Paulo Henrique (vocal e guitarra), Ciderly (guitarra solo), Weyne (baixo) e Daniel (bateria). Teve a participação de um baixista, o Déda, que tocou 3 musicas.



Artur Menezes, de Fortaleza, foi a atração seguinte. Debaixo de uma ovação impressionante sobe ao palco. Já conhecido e com longa bagagem fez um show singular. O blues que o cara toca vai por todas as fases conhecida do estilo. Ouvi B.B. King, Hendrix e muitos outros. Impressionante como o cara faz parte da guitarra. Seus companheiros não fizeram feio. Seguido por um baterista e um baixista, Artur ampliou o repertorio e traçou naquela cidade um destino de novos seguidores do blues. Já próximo ao final do show, Arthur mostra uma arte do guitarrista Ciderly. Uma Double Neck feita com muito carinho e tocada com muito amor. O cara fez solos magníficos e mostrou que grandes instrumentistas e grandes artistas podem ser encontrados num só lugar como o Cariri. Artur Menezes, guitarra e voz foi acompanhado por Wladimir (bateria) e Lucas Ribeiro (baixo).



Mais uma atração de Fortaleza entra para deixar esse saudosista em alvoroço. O Projeto Void caiu como um presente. Tocando só musicas da banda canadense Rush, entraram com muita garra, já fazendo todos gritarem. Os mais animados fizeram coro pedindo as músicas que mais gostavam. No repertorio ouvimos os grandes hits da banda como Tom Sawyer, Yyz, A Farewell To Kings e muitos outros. No total foi aproximadamente treze musicas. Vale ainda destacar a boa performance do guitarrista Walber e a habilidade do baterista George. O vocal estava impecável. As vezes, me atrevo a dizer, parecia que o próprio Geddy Lee estava naquele palco. Musicalmente, idênticos. O Projeto Void já vem na estrada a aproximadamente um ano e nasceu em Fortaleza, nossa capital cearense. A formação é Rildevar (vocal), Walber (guitarra), Marcio (baixo), George (bateria) e Delmiro (teclado).



Encerrando a noite tivemos a banda juazeirense de heavy metal, Glory Fate. Já quase 5h00 da matina, entram ainda com disposição de inicio do show. O público era menor, porem animados e alegres. O repertorio entrou alguns covers, como “Paranoid” do Sabath e “Aces of Spades” do Motorhead. Mesmo o dia amanhecendo e algumas pessoas já se entregando ao cansaço de uma noite cheia de peso, ainda houve gargantas para gritos quando Michel incorporou Darth Vader. O excelente baterista Remy Oliveira soltou mais seu espírito de metal e com caretas e bela pegada, amplia a força da banda, dando mais corda ao baixista Victor e o vocalista Markin. Com isso a banda deu mais fôlego ao publico que não queria que o show parasse. A formação é com Markin (vocal), Michel (guitarra), Victor (baixo) e Remy (bateria).

Ao fim dessa jornada maravilhosa que ouvimos dos hits oitentistas, passamos pelos pops brasileiros, viajamos pelo Mississipi, caímos no Canadá e chegamos ao mundo do metal, entrego-me a prazer de uma noite que se torna infindável com os riffs de guitarras espetaculares que ficaram ecoado em meus ouvidos até agora.




Um público alegre e participativo, cheios de histeria, comoção, loucura bem parecida aos que acontece com grupos de boys band. Perfeito, digo, esta noite foi isso. Posso dizer que tive um grande prazer de “tocar” com minha câmera fotográfica nessa noite em Brejo Santo. Um publico seletivo e maravilhoso como o que tivemos nesse III São Rock, mostra que logo o evento terá data certa e local para os próximos. Se tornará eterno.


Estava estampado nas camisetas do evento:
“Tudo depende da força da conseqüência”
José Moreira de Sousa – Filosofo.

terça-feira, 2 de junho de 2009

CAETANO VELOSO - ZII E ZIE - APPLAUSU'S - JUAZEIRO DO NORTE (30/05/2009)

Sente-se em uma poltrona, confortavel; Ligue seu "Subwoofer"; Sua tela de 43 polegadas de plasma já esta ligada e play... O DVD começa a tocar. O ambiente é maravilhoso, muito conforto, visibilidade do artista na tela esta cem por cento. O som... Nossa! Você está com sua bebida predileta do lado e toma mais uma golada deliciosa.

Imaginou essa cena? Otimo. Guarde para você. Não há nada igual ao que foi mostrado nesse ultimo sábado, dia 30 de maio, aqui no nosso Cariri. Caetano Veloso, pela primeira vez em nossa região mostrou não só seu ja incontetavel talento, mas mostrou que sua equipe sabe fazer o melhor.

Lançando mais novo album "Zii e Zie" (que em italiano quer dizer "tios e tias"). Três músicos o seguiram no palco, era a BandaCÊ. Muitos aplausos e assobios. Muitos gritos e elogios. Assim iniciamos o nosso grande show.

Voltando um pouco as origens, Caetano mostra uma performance junto a um misto de eletronico pop ao da "musica industrial", passando por rock e samba eletronico. É uma nova fase que se abre na longa carreira do cantor baiano. Ao que me fez ver e sentir é que com esse estilo "novo" do Caetano, houve uma nova criação de fans jovens. Já os antigos, se decepcionaram com o repertório do artista, esperavam antigos sucessos.

Por onde voce andasse na casa de shows ouvia-se um ou outro gritando nomes de antigas músicas do artista como: Leãozinho, Odara, Beleza Pura, Épico, Esse Cara, entre muitas outras. Na verdade eu poderia dizer, exageradamente, que foram dezenas de nomes de músicas antigas de Caetano que eu ouvi ali, naquela casa de espetáculos.

No setlist dessa tour, Caetano trouxe para Juazeiro somente umas poucas músicas já bem conhecidas dos caririenses. Ouvi ali "Irene", "Não Identificado", "Força Estranha" e as músicas do seu novo album, alem de outras mais, em inglês e espanhol.

O palco foi decorado com uma asa delta, projeções de videos que por vezes eram cenas de lugares citados na música em evidencia. Dedicou musicas a suas irmãs Irene e Maria Bethania, alem da dedicação ao grande dramaturgo carioca Augusto Pinto BOal, ou simplesmente, Augusto Boal.

Quando menos eu esperava, estava o publico seguindo Caetano com "Objeto Não Identificado". Caetano simula o fim do espetáculo, convida os musicos para frente do palco e depois corre para o camarim e os musicos o seguem. Com tantos aplausos e pedidos de bis, mais uma musica é tocada: "Força Estranha". O publico delira e canta com o artista.

Infelizmente nossa região não soube compreender que Caetano esta lançando seu novo trabalho e tem que cantar as musicas novas. Na hora do show era um alvoroço diante do palco e nas cadeiras. Os camarotes amarrotados de pessoas ilustres como deuptados, medicos, empresarios, musicos (e só eu de fotografo - risos).

Muitas alegrias, historias e reencontros. Todos foram felizes, mas por simples fato de serem alimentados por musicas conhecidas e ja batidas, dizem que o show foi negaçao e esquecem o quanto foram felizes na hora do espetáculo. O som estava maravilhoso e arrisco ate a dizer que nunca esteve tão audivel e tão bem mixado antes nessa região. O repertorio muito bem elaborado. Caetano se entregou ao público caririense com carinho e calor e mostrou isso em muitos momentos do show, como nos momentos em que lançou grandes beijos ao pessoal dos camarotes, de um lado, do outro. Abraçou o proprio corpo com um belo sorriso para os que estavam quase subindo ao palco. Abriu os braços e deu aplausos entusiásticos para toda a casa de shows.

Essa presença desse ícone da musica brasileira no Cariri foi muito importante para mostrar que temos publico suficiente para lotar qualquer casa de shows e abraçar presenças fantasticas de qualquer estilo musical.

Resultado: Show espetacular.